sábado, 10 de abril de 2010

Te puedo escuchar


Era final de tarde, ela se preparava para ir ao hospital buscar o seu anjo que estava naquele lugar há meses; aquela maldição chegou de mansinho e não pegou leve. Ela saiu de casa confiante, seu anjo nos últimos dias estava cheia de vida, com desejo de viver, de lutar; seu sorriso contagiava a todos em sua volta e dando forças a aqueles que foram pegos também. No carro, ela se lembrava de todos os momentos que passou com seu anjo, dos dias em que caminhavam de manhã de mãos dadas; quando ficavam acordadas até ver o sol nascer ou quando faziam loucuras pela cidade e riam no final da noite. Foi em uma dessas loucuras que seu anjo perdeu suas asas e caiu sobre seus braços; no hospital descobriu que a maldição chegara. Chegou ao hospital sorridente, enfim aquilo tudo iria acabar, a dor não iria voltar; viu os médicos conversando com a família que chorava e sentiu um aperto no coração, desviou deles e foi direto para o quarto do seu anjo e viu no aparelho apenas uma risco fino, e enfermeiros em sua volta a colocando em outra cama. Sua respiração começou a falhar, as lagrimas caiam em seu rosto, ameaçou a entrar mais sentiu as mãos do pai de seu anjo em seus braços, tentou com toda sua força se soltar, mas sua força não estava mais ali, sua força ia junto com aquela cama que todos levavam longe dela. Deixou-se cair no chão, seu corpo estava fraco, sem vida alguma; suas lagrimas impediam de ver levarem seu anjo embora, o motivo de continuar nesse mundo, o motivo do seu sorriso, da sua alegria. Era final de tarde e o tempo estava dublado, sempre chovia nos enterros, porque isso? Amigos próximos a levavam para o cemitério da cidade e cada vez que chegava mais perto, a dor era enorme; seus olhos estavam horríveis, chorara a noite inteira, quem a visse, sabia que tinha perdido o amor de sua vida. Desceu do carro e foi andando pelo cemitério atrás do caixão do seu anjo, a dor já era insuportável, as lagrimas não deixavam de cair, só queria que tudo fosse um sonho e que ela acordasse e voltasse para ela; como viveria sem seu abraço pra esquentá-la? Como viveria sem seu sorriso, sem seu prazer, sem sua vontade de viver; como poderia continuar a viver sem ela ao seu lado. Nem tinha dado conta que o caixão já descia para de baixo da terra, olhando aquilo entrou em desespero e gritou para pararem, todos a olharam surpresa e os pais deixaram o caixão voltar, ela correu até ele e o abriu; lá estava seu anjo, linda como sempre, sua pele branca deixava seus cabelos negros destacarem, quem olhasse não diria que estava morta; passou a mão pelo seu rosto e deixou uma lagrima cair sobre seu rosto, chegou bem perto de seu rosto e cantou baixo para ela "Sé que tus alas se quedan conmigo que desde el cielo tu abrazo es mi abrigo, angel divino me cuidas del mal, sé que camino con tu compañía, que con tu voz se me encienden los días, aunque tu puerta hoy este más allá... te puedo escuchar", chorou mais forte e abraçou forte, não suportaria perde-la, não suportaria viver sem ela, em sua cabeça já passava jeitos de acabar com sua dor; e então o sol apareceu e o dia ficou claro, o vento forte que ali estava, ficou leve e um pequeno arco-íris surgiu no céu; ela olhou seu anjo e sorriu, sabia que era uma resposta, beijou seus lábios pela ultima vez e a soltou e deixou-a ir; sorriu para todos e saiu do cemitério sem destino algum, não pensava mais na morte, pensava no seu anjo, que um dia encontraria novamente.

Um comentário:

  1. mandy sempre me fazendo chorar , sempre u_u
    SUAHSUAHSAHSU
    eu te amo , e tudo que você escreve é perfeito <3 '

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