segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Eu queria poder...


Olha, eu queria saber definir o que sinto por você. Queria poder explicar tudo o que sinto quando vejo uma foto sua, ou até quando escuto aquela música que me lembra você. Queria poder dizer que tudo o que eu sinto é nada, mas eu sei que não é apenas isso, ainda não é tudo, mas é alguma coisa, é um sentimento! Eu queria poder dizer o que sinto quando vejo aquela blusa azul, quando sinto aquele cheiro no ar ou quando te sinto aqui! Queria poder explicar como me sinto olhando a porta esperando que você apareça ali, queria poder dizer o que sinto quando escrevo alguma coisa e você não percebe que é pra você, queria poder explicar o que sinto quando não te vejo, quando não está comigo e quando não fala comigo, queria poder explicar como é não ser sua, como é não pertencer ao seu mundo, como é saber que eu nunca serei o que você precisa e que você sempre será o que vou precisar. Queria poder explicar porque essa música me machuca, queria poder explicar porque tudo isso começou, queria poder explicar porque segui meus sentimentos. Eu só queria entender porque dói tanto a saudade e o desejo, queria entender porque não posso ter você aqui, queria entender porque tem que ser assim, queria entender porque me sinto assim, porque se eu não sei explicar o que sinto, como vou poder explicar a você?
Eu queria poder tudo, sentir tudo de bom e ter tudo de bom - o bom seria você - mas eu fico aqui a olhar suas fotos e suas mensagens, fico aqui a olhar o passado e tentar não imaginar como poderia ter sido o futuro, é, eu queria poder seguir minha vida!

sábado, 17 de julho de 2010

Máquina do tempo


Eu olhava pela janela as crianças brincarem na rua. De um lado algumas garotas brincavam com suas bonecas e do outro, garotos jogavam bola. Hoje eu tenho 30 anos de idade, é, 30 anos, parece que foi ontem que eu ficava na rua brincando com os garotos da minha rua e eu sinto saudades. Não sei quantos minutos fiquei ali olhando eles brincarem, quando dei por mim, estavam todos juntos brincando de pega-pega; olhando eles senti meus pequenos puxando-me pela blusa pedindo para brincarem, sorri e fiquei olhando meus filhos brincarem e senti falta da minha infância, senti falta de 20 anos atrás, dos anos que eu contava os minutos para ir embora da escola e poder brincar.
Eu não resisti, tirei minhas sandálias e parti para o passado, voltei para minha infância, meus filhos eram meus amigos e eu adorava a sensação do vento nos meus cabelos quando corria, adorava a sensação de cansaço, adorava ficar ofegante. No final do dia, voltei ao meu presente, mas eu sempre voltaria, eu criei minha máquina do tempo.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Doce voz

Quando estou sozinha, fico a pensar em tudo que encontro ao meu redor, em tudo que tenho ou desejo ter. E quando estou sozinha, eu penso nela; em seu beijo, no seu abraço que me conforta, seu perfume que até quando não está por perto eu o sinto. Mas o que mais me encanta e sua doce voz!
Em certos momentos, ela pode ser calma e tranquila, capaz de fazer uma criança dormir; e às vezes pode até se tornar grave que chega a me seduzir. Quando se cala, qualquer assunto serve para quebrar o silêncio, eu apenas quero escutá-la. Se não está por perto, quero ligar só para ouvir sua voz e com ela, me desejar boa noite.
Será que pode ser estranho gostar daquela voz?
Se sim, quero ser estranha para sempre. Eu amo sua doce voz!

domingo, 25 de abril de 2010

Em alto mar


Eu estou flutuando. Eu pensava que estava totalmente no fundo, que não havia mais jeito algum, que por lá, eu viveria para sempre. Hoje descobri que estou apenas flutuando e que logo posso sair deste mar e ficar em terra firme. Antes eu não enxergava nada, era tudo escuro, às vezes eu pensava que tinha morrido, mas a dor que eu sentia era o bastante para dizer que eu estava viva, viva o bastante para sentir cada pontada de saudade, de dor, de angústia, de solidão, de tudo o que se pode imaginar. Era assim que eu me sentia, no fundo do mar, sem chance alguma, mas agora que permaneço sobre o mar, eu vejo a minha chance e luto para chegar à praia, em terra firme, ou seja, eu luto para ficar bem cada dia que passa, cada onda que passa por mim, eu luto para conseguir enfrentá-la, luto para não deixá-la me afundar, me arrastar para o fundo novamente. Todos dizem que a vida não é justa, você acredita? Eu não sei se devo, mas todo momento da minha vida, é só nisso que consigo acreditar, às vezes até parece que é o meu lema de vida. Houve momentos em que eu mesma me afundei, de propósito, por pura falta de coragem, eu não queria lutar, para mim, as lutas não levavam a nada, só a fracassos e com todos os soldados mortos ou alguns mutilados; o problema é que eu não tinha soldado algum do meu lado, como eu poderia me dar bem na luta, na guerra? Eu era assim, sem coragem alguma, e em certos momentos eu conseguia ter, mas não era suficiente para me tirar do fundo do mar. Hoje, eu consegui, já estou flutuando, porque tenho coragem, pois quando eu chegar em terra firme, vai ser quando eu vencer a minha luta.

O meu lar


Devo confessar que sempre tive medo dos sonhos, às vezes eu não queria dormir para não sonhar. Quando eu era criança o meu medo era de ver os monstros que acordada eu não via, hoje o meu medo é sonhar com o que não posso ter ou com o que eu não quero que aconteça, pode ser sonhos bobos, mas eu daria tudo para se realizar e outros não, mas sei que não é tão fácil assim; um sonho com seu ídolo, que você está junto dele ou quando sonha com seu amor e finalmente estão juntos, sem nada para impedi-los de se amarem, mas quando acordamos tudo se acaba tudo se vai e não sabemos se quando dormimos novamente tudo voltará.
Hoje eu sonhei com uma coisa que não espero que aconteça, mas eu temo isso e quando fecho os olhos, ele volta para mim; sonhei que eu já tinha voltado de viagem, mas eu não me sentia bem, eu andava com a minha amiga e contava tudo sobre a viagem, os lugares que eu fui, os acontecimentos mais importantes e do nada eu comecei a chorar e a gritar, eu não queria ter voltado, eu fiquei louca, não parava de chorar e gritar e então me levaram para o lugar de outros loucos e por lá fiquei chorando e gritando.
Sabe quando estamos em um lugar que faz nos sentir bem, de bem com a vida e até completa? É assim que eu me sinto agora, neste lugar onde estão as pessoas que me amam e entendem, que quando eu estiver caindo eles serão aqueles que me levantaram. Não estou dizendo que em outro lugar não é assim, só estou dizendo eu aqui é o meu lugar, o meu lar, é onde eu queria viver, onde eu não queria mais sair; ninguém pode entender o que eu sinto, só eu posso saber e me mata não poder explicar, porque sei que pessoas ficariam chateadas com o que eu quero, mas eu só queria que elas soubessem que é aqui que eu quero estar. Daqui algumas horas irei embora e espero que meu sonho não se realize. Tchau meu lar, um dia eu volto!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

o coração dela, é completamente meu


A moça acordou e olhou em volta e não viu quem queria, apenas sua mãe em um profundo sono no pequeno sofá que tinha do lado de sua cama; suspirou e pegou seu celular para ligar para sua amada, mas ninguém atendia. Enquanto olhava para o nada pensando onde ela estaria, e porque não estava ali, sempre esteve ao seu lado; começou a ficar desesperada, não queria acordar sua mãe, mas era preciso. Quando conseguiu acordar sua mãe, não gostou do modo que a olhou, a olhou com pena; perguntou sobre sua amada e ela apenas lhe entregou um envelope, quando o abriu, reconheceu a letra do seu amor na folha com alguns manchados, pensou em ser lágrimas;

“Por favor, não me odeie, antes me deixe explicar porque fiz isso, você tem que entender o meu lado também. Quando te conheci tive a certeza que era tudo o que sempre quis, a mulher dos meus sonhos, a mulher que eu queria compartilhar minha vida toda com ela; e então você se apaixonou por mim, não sei como, mas se apaixonou, me pediu pra te fazer feliz e espero ter feito nesses anos; lembro-me da nossa luta contra nossa família e amigos e que acabou em policia porque tivemos a ideia de fugir para longe, tudo bem que não foi uma ótima ideia, mas saiba que se eu pudesse, fugiria de novo. Lembra quando tínhamos 15 anos e eu pedi você em casamento na casa da sua tia? Até hoje dou risada da sua cara e do seus primos, mas eu não brincava, eu realmente me casaria com você, naquele exato momento. Lembra do dia do meu aniversário que estávamos brigadas e por isso não te convidei? Não consigo (e nem quero) quando você apareceu toda dessa rumada porque estava correndo só para pedir desculpas, e o beijo no final? Foi quando assumimos para todos, nada importava naquele momento, apenas eu e você. Quando tínhamos a independência em nossas mãos, fomos morar juntas como sempre sonhamos, foram momentos lindos, eternos; as noite em claro que passamos, os natais e ano novos que queríamos passar sozinhas e afirmo que foram os melhores; as noites de prazer eram maravilhosas, você é maravilhosa. Ainda acho graça quando eu chegava em casa e você estava na tentativa de fazer um jantar especial e sempre acabava em pizza. É sério amor, não cozinhe mais, você pode explodir a casa. Só falei de bons momentos não? Ótimo, não irei falar dos ruins, apenas de um. O dia em que cheguei em casa e só vi um bilhete da sua mãe, “Ela não estava bem, estamos no hospital”, pensei em tacar o celular no chão por ter acabado a bateria e você não pode falar comigo e ligou pra sua mãe. Passou bons meses em luta contra o que você tinha, é, tinha, porque eu te salvei. Quando me disseram que não tinha chance alguma de você viver, eu me desesperei, e eu sou sua doadora. Portanto, não me odeie, eu não conseguiria viver sem você, eu me mataria logo depois, e você é nova, tem muito que viver. Cuide bem do meu coração, ele te pertence completamente e não deixe minha morte ser em vão e nunca esqueça de mim, de como eu te amei, mas não deixe de viver. Eu te amo, adeus”

A garota não conseguiu terminar de ler, a mãe teve que ler até o final. Ela não acreditava no que ela tinha feito, outro podia ter doado um coração, não ela, ela era o amor de sua vida. Chorou o choro mais doloroso que já foi escutado, se sentia péssima por ter perdido o seu amor, mas se sentia agradecida por ela ter dado a sua vida por ela e isso era uma grande prova de amor e que agora, o coração dela, era completamente seu.

sábado, 10 de abril de 2010

Te puedo escuchar


Era final de tarde, ela se preparava para ir ao hospital buscar o seu anjo que estava naquele lugar há meses; aquela maldição chegou de mansinho e não pegou leve. Ela saiu de casa confiante, seu anjo nos últimos dias estava cheia de vida, com desejo de viver, de lutar; seu sorriso contagiava a todos em sua volta e dando forças a aqueles que foram pegos também. No carro, ela se lembrava de todos os momentos que passou com seu anjo, dos dias em que caminhavam de manhã de mãos dadas; quando ficavam acordadas até ver o sol nascer ou quando faziam loucuras pela cidade e riam no final da noite. Foi em uma dessas loucuras que seu anjo perdeu suas asas e caiu sobre seus braços; no hospital descobriu que a maldição chegara. Chegou ao hospital sorridente, enfim aquilo tudo iria acabar, a dor não iria voltar; viu os médicos conversando com a família que chorava e sentiu um aperto no coração, desviou deles e foi direto para o quarto do seu anjo e viu no aparelho apenas uma risco fino, e enfermeiros em sua volta a colocando em outra cama. Sua respiração começou a falhar, as lagrimas caiam em seu rosto, ameaçou a entrar mais sentiu as mãos do pai de seu anjo em seus braços, tentou com toda sua força se soltar, mas sua força não estava mais ali, sua força ia junto com aquela cama que todos levavam longe dela. Deixou-se cair no chão, seu corpo estava fraco, sem vida alguma; suas lagrimas impediam de ver levarem seu anjo embora, o motivo de continuar nesse mundo, o motivo do seu sorriso, da sua alegria. Era final de tarde e o tempo estava dublado, sempre chovia nos enterros, porque isso? Amigos próximos a levavam para o cemitério da cidade e cada vez que chegava mais perto, a dor era enorme; seus olhos estavam horríveis, chorara a noite inteira, quem a visse, sabia que tinha perdido o amor de sua vida. Desceu do carro e foi andando pelo cemitério atrás do caixão do seu anjo, a dor já era insuportável, as lagrimas não deixavam de cair, só queria que tudo fosse um sonho e que ela acordasse e voltasse para ela; como viveria sem seu abraço pra esquentá-la? Como viveria sem seu sorriso, sem seu prazer, sem sua vontade de viver; como poderia continuar a viver sem ela ao seu lado. Nem tinha dado conta que o caixão já descia para de baixo da terra, olhando aquilo entrou em desespero e gritou para pararem, todos a olharam surpresa e os pais deixaram o caixão voltar, ela correu até ele e o abriu; lá estava seu anjo, linda como sempre, sua pele branca deixava seus cabelos negros destacarem, quem olhasse não diria que estava morta; passou a mão pelo seu rosto e deixou uma lagrima cair sobre seu rosto, chegou bem perto de seu rosto e cantou baixo para ela "Sé que tus alas se quedan conmigo que desde el cielo tu abrazo es mi abrigo, angel divino me cuidas del mal, sé que camino con tu compañía, que con tu voz se me encienden los días, aunque tu puerta hoy este más allá... te puedo escuchar", chorou mais forte e abraçou forte, não suportaria perde-la, não suportaria viver sem ela, em sua cabeça já passava jeitos de acabar com sua dor; e então o sol apareceu e o dia ficou claro, o vento forte que ali estava, ficou leve e um pequeno arco-íris surgiu no céu; ela olhou seu anjo e sorriu, sabia que era uma resposta, beijou seus lábios pela ultima vez e a soltou e deixou-a ir; sorriu para todos e saiu do cemitério sem destino algum, não pensava mais na morte, pensava no seu anjo, que um dia encontraria novamente.

sexta-feira, 19 de março de 2010

O túnel!


Eu andava entre as pessoas naquele túnel sem fim e sem luz, era totalmente escuro, a única certeza que não estava sozinha eram os gritos que escutava e que às vezes muitos me empurravam. Quando dei por mim estava de olhos fechados e entendi o porquê no exato momento que os abri; naquele túnel só havia pessoas más e algumas me encaravam como se eu fosse um ser de outro mundo, mas eu percebi que eu era um ser de outro mundo, um mundo que só existe na minha cabeça, um mundo que não existe e não sei se um dia pode existir. Não agüentava mais andar por ali, eram tantas pessoas ruins, homens que não sabiam se acalmar e deixavam a sua raiva cair sobre a mulher ou a criança; homens que não sabiam o errado ou o certo e aproveitavam da inocência da pequena criança e não importava o quanto gritava o homem não o largava. Eu já chorava vendo tanta desgraça por coisas banais, por coisas que não trarão felicidade alguma; eu vi uma garota chorando sentada longe daquelas pessoas e vi que era apenas mais uma vitima da rejeição do mundo e dos próprios pais, parei de andar quando vi sua mãe a pegando pelo braço e a humilhando de varias formas; comecei a correr e enquanto corria eu via o garoto apanhando de seu pai por amar alguém do mesmo sexo, logo em frente outro era assassinado. Corri até não ter mais forças, eu queria sair dali, daquele mundo nojento e hipócrita e o que mais machucava, era que aquele mundo, é um mundo real, é o mundo em que eu vivo e aquelas pessoas horríveis é o que mais tem hoje. Acordei assustada, mas não me deixei enganar imaginando que foi tudo um sonho, pois tudo é real e daria tudo que fosse um sonho, um pesadelo que quando eu acordasse ficasse feliz de ter acordado porque não dá mais vontade de viver em mundo sujo no qual eu vivo. Mas apenas uma coisa, um pequeno detalhe me fez sentir certo alivio; enquanto eu corria naquele túnel, eu vi uma pequena esperança, bem pequena, mas já era de bom tamanho, pior se não houvesse esperança alguma. Portanto eu digo, não desista de sua vida por esse mundo injusto, há pessoas boas e que te querem bem e quando todos nós se juntar, podemos acabar com toda maldade que há nesse mundo e então o mundo perfeito, sem preconceitos, sem morte, sem traumas, sem dor, sem choro, sem gritos de desespero, poderá realmente existir.